PORTO DO AÇU APOSTA EM HIDROGÊNIO VERDE PARA GARANTIR PROTAGONISMO NO MERCADO MUNDIAL

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A ambição do Porto do Açu é que, em uma década, os projetos de baixo carbono estejam implementados, e que ele se torne um dos poucos portos no mundo com industrialização fóssil e renovável, atuando de maneira concomitante

Autora: Ana Fonseca

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Proximidade com os principais polos de consumo e dos mais importantes eixos de industrialização do Brasil, com localização privilegiada, o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, vem investindo em estratégias para se tornar referência não apenas na exportação deste vetor de descarbonização, como também no consumo interno industrial do hidrogênio de baixo carbono. “O Porto do Açu é o maior complexo porto-indústria de águas profundas da América Latina, o único totalmente privado e também o único com foco na transição energética, no desenvolvimento da industrialização de baixo carbono no Brasil. Possui diversos diferenciais, como a infraestrutura de classe mundial, retroárea e disponibilidade de água, necessária para eletrólise. A ambição do Porto do Açu é que, até o final desta década, os projetos de baixo carbono estejam implementados, e que ele se torne um dos poucos portos no mundo com industrialização fóssil e renovável atuando concomitantemente”, informa a assessoria de imprensa da Prumo Logística, responsável pelo desenvolvimento do Porto.

Para que tudo isso aconteça, o Porto tem buscado investidores interessados em instalar plantas de hidrogênio verde, de energia solar fotovoltaica, bases logísticas para o segmento de eólica offshore e biomassa, biogás, bem como siderúrgicas que possam aproveitar essa energia limpa e reduzir a emissão de carbono. “O Açu também é o único com área de licenciamento em andamento para a instalação de um hub de hidrogênio verde e derivados de baixo carbono, a ser alimentado pelas plantas de energia solar e pela chegada dos cabos de energia provenientes dos parques eólicos offshore no porto. Essa integração proporciona maior circularidade, eficiência e sustentabilidade, inclusive, com a possibilidade de interligação ao Sistema Interligado Nacional (SIN), utilizando a infraestrutura já existente de linhas de transmissão do parque termelétrico abastecido por gás natural. Dessa forma, será possível a compra de energia elétrica limpa certificada. E, em um segundo momento, energia limpa produzida no Porto poderá ser repassada também para o SIN”, informa a assessoria.

O hidrogênio é uma molécula que exige uma infraestrutura especial para armazenamento e transporte e o Porto do Açu vem se preparando para garantir o abastecimento para o consumo industrial interno no Brasil. Segundo a Prumo Logística, já foram firmadas parcerias para desenvolver plantas-piloto de hidrogênio verde nas instalações do porto, com expectativa de produção para 2026. “São projetos com capacidade inicial de 10 MW de eletrólise, podendo chegar a 100 MW em uma fase posterior. Parte do H2V será armazenada e enviada a potenciais consumidores no Sudeste do Brasil. E outra parte será destinada à planta de geração de amônia renovável. A planta-piloto, com caráter de projeto de pesquisa, também auxiliará na realização de testes de descarbonização para impulsionar essa indústria no país”, informou a assessoria.

Para Ansgar Pinkowiski, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha no Rio de Janeiro, AHK Rio, o Brasil tem um grande potencial para produzir e exportar hidrogênio verde para países como a Alemanha, que têm metas ambiciosas de descarbonização e demanda por energia limpa. “O Brasil é um país chave no desenvolvimento de hidrogênio verde no mundo, é preciso acelerar o desenvolvimento deste mercado, tendo em vista a urgência posta pelas mudanças climáticas. Todo o investimento privado nesse sentido é mais do que bem-vindo”, complementa.

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